aterranalua
Monday, January 17, 2011
Sunday, June 27, 2010
Tuesday, June 15, 2010
Saturday, May 22, 2010
Cansaço
Escrevo o que eles vão dizendo também, enquanto seguem o seu caminho.
De costas voltadas, seguem conversando num alegre silêncio que procuro entender. Onde irão?
Schhh! Espera! Não digas nada agora. Não consigo ouvir o entusiasmo deles, assim, se me falas com toda essa tristeza. Como vou poder escrever essa alegria, se não a oiço? Se o teu choro a abafa? Mas... seria alegria mesmo, ou apenas um cansaço não reclamado?
Tu, que dizes agora? Porque já não falas? Porque te calaste?
E eu, se já não os vejo... se já não te oiço... será que me perdi?
O caderno caiu-me das mãos. Estou cansada. Já não escrevo mais.
Tuesday, March 30, 2010
Por essa estrada...
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também.
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja bem vindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também.
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
(...)
Zeca Afonso
Tuesday, March 23, 2010
O sentido do caos
Saturday, March 20, 2010
Tuesday, March 16, 2010
As mãos
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas de mãos.
as mãos que são o canto e são as armas.
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Wednesday, March 3, 2010
Entretanto
Entre cá e lá...
Entre o antes e o agora, entre o caminho do mar ou o do Boé, entre um grito agudo ou suave, entre uma roupa que se veste ou que se despe, entre um suspiro de alívio ou um engolir de angústia, entre o sul ou o leste, entre o sair ou ficar, entre o som do aparelho de rádio ou o silêncio, entre o sumo de veludo ou de cabaceira, entre arriscar ou hesitar, entre subir ou descer, entre peixe ou galinha, entre arroz deste ou daquele.
Entre tanto e tão pouco, entre cá e lá...
Tempo passado
Monday, March 1, 2010
Mudam-se os tempos, mudam-se os... frutos!
Benvindo, caju!
Monday, February 22, 2010
Wednesday, February 17, 2010
Formas
Sunday, February 7, 2010
O tempo...
Quase acreditei que vários meses tivessem passado num respirar suspenso,
Que as horas tivessem dado a volta àquela capelinha branca onde passava sempre que saía da praia pela tua mão,
E que, distraindo o bocejo que insistia em relevar-se no passar de todos esses minutos, quase amarrotando o teu vestido preto, os teus olhos grandes tivessem estado sempre aqui.
Tudo não passou, afinal, de uma silenciosa caminhada, vagarosamente doce...
Tuesday, July 14, 2009
Friday, June 19, 2009
Ó saudade do poeta-vendedor de amendoim torrado!
E faz meu coração com emoção... pulsar!
Invade a alma... alucina
É vida, força e vibração! Vai meu Salgueiro... Salgueiro
Esquenta o couro da paixão
Ressoou da natureza... primitiva comunicação!
Da África... dos nossos ancestrais
Dos deuses... nos toques rituais
Nas civilizações... cultura
Arte, mito, crença e cura
Tem batuque... tem magia... tem axé!
O poder que contagia... quem tem fé!
Na ginga do corpo... emana alegria
Desperta toda energia!
No folclore a herança, no canto, na dança... É festa... é popular!
Seu ritmo encanta, envolve, levanta... E o povo quer dançar!
É de lata, é da comunidade
Batidas que fascinam
Esperança... social, transforma... ensina!
Ao mundo deu um toque especial
É show... é samba... é carnaval!
Vem no tambor da academia
Que a furiosa bateria... vai te arrepiar!
Repique, tamborim, surdo, caixa e pandeiro
Salve os mestres do Salgueiro
Acadêmicos do Salgueiro
O Coelho e o Tempo
Thursday, June 18, 2009
Livros
(Caetano Veloso)
Monday, June 8, 2009
Gavetas de lembranças com cabos eléctricos
Do sol, da esplanada, da cerveja barata, do marisco à beira mar, de ir jantar fora, do vinho à pressão.
Dos barcos a acenarem-me à janela.
Das velhas às suas portas.
De apanhar o metro pela manhã.
De um almoço barato na tasca.
Das sarjetas entupidas quando chove.
Das filas para pagar.
Dos nomes das freguesias.
De um electricista e dos senhores dos arranjos.
Sunday, May 17, 2009
Ao calçar o pôr-do-sol...
Desapertou as lembranças que lhe estrangulavam o gargalo entortado, e levou-as até ao café central, que agora é pizzeria, decerto com “a” em lugar do “e”. Tempo de peixe, esse, onde ainda recentemente se saborearam memórias.
Mas… espera! Parece-me que uma outra voz mais longínqua quer também reclamar a sua dita!
Ah, sim, é a bisteca que te sorriu da ‘Galleria’, em dia de notas soltas por um famoso violino.
E…
E se o desviasses do caminho, contando-lhe histórias de reis que o levavam ao café? E se de cada vez que te acompanhasse nesse desvio o presenteasses com mais um apagador para a colecção?
Os seus sapatos continuam limpinhos, agora que os conseguiu ajeitar.
Mas no meu sonho eram sandálias de luz, que me fugiam do pé à devida velocidade. Eram feitas de pôr-do-sol, as minhas sandálias. E queimavam-me os pés, como as memórias.
Tons alaranjados flutuavam abaixo, e deixei-me subitamente tombar neles. Hmmm… como eram macios!
Alguém lhe tocou ao de leve no ombro que já não se sentia queixoso. Voltei-me, depois da queda amortecida, mas já não vimos ninguém…
Saturday, May 16, 2009
"O sol nasce todo dia"
E foi ficando assim de gente.
Uma legião de acordados com os olhos no horizonte.
O que se passa? O que que é isso? (...)
Vai ver que tem alguma coisa que se move,
Uma nave ou um ovni,
Alguma coisa (...)
Ou esperam uma mensagem
Ou estão todos de bobeira.
Mas é intrigante,
Contagiante.
É tanta gente com os olhos no oriente e no clarão que já desponta.
E de repente...
É uma bola que levanta no horizonte,
Numa fogueira exuberante.
Enfim, é o sol!
E eis a multidão extasiada, olhando o céu
com cara de espanto e gritando: Nasceu o sol! Nasceu o sol! Nasceu o sol! Nasceu o sol!
É claro! O sol nasce todo dia..."
(Luiz Tatit)
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